segunda-feira, 22 de março de 2010

Triatlo do Ribatejo - Crónica do Teles



Excelente dia, bela manhã, fantástica prova. Assim foi a abertura da Época de Triatlo 2010. Acordei cedo no Domingo. A noite não foi grande coisa. E desta vez nem foram as crianças as culpadas. Simplesmente acordei algumas vezes durante a noite e o sono nunca teve a profundidade desejada.

Para me activar, fui correr 20m. Apenas “rolar”. Tenho feito isto no dia das provas. O efeito é mais psicológico que físico. Mas a verdade é que fiquei mais acordado. Comi, arrumei o material no carro e lá rumei a Santarém. Onde estava localizado o segundo parque de transição (T2). A corrida final ia ser aqui. O dia estava promissor. Boa temperatura, pouco vento e o Sol a espreitar. Chegado a Santarém, coloquei os ténis na T2 e segui na companhia de outros atletas de bicicleta para Alpiarça. Rumo à partida.

Foi um belo passeio para começar o dia. As estradas do Ribatejo, a estas horas de Domingo, andam vazias de carros. A paisagem desta zona é muito bonita. Quando chegamos a Alpiarça a azafama na zona do parque de transição das bicicletas (T1) era já muito grande. Muita gente presente. Mais de 300 atletas. Devido a esse facto, as partidas foram separadas. Juvenis, Juniores e Seniores primeiro. Depois os Veteranos. Esta separação criou um dado curioso. Muito provavelmente era o mais velho atleta na primeira partida. Sou de Fevereiro de 1971. Os atletas de 1970 já são veteranos.

Fiz o “Check in” tranquilamente, socializei um pouco e dirigi-me para a água para aquecer. Para minha surpresa, esta não estava tão fria quanto imaginei. 16 a 17 graus. Com o frio matinal que fez durante a semana, temia algo na ordem dos 14 a 15 graus. Nadei 15m e preparei-me para partir. Assim que soou o tiro de partida, tentei nadar rápido. Com 200 atletas na linha de partida, uma boa colocação inicial é essencial para o resultado final do segmento. E claro, a confusão foi muita. Cotoveladas, atropelos, pontapés, etc. Nas rondagem de bóias então, é a “festa” do costume! Senti-me normal e tentei sempre nadar rápido.

Quando sai da água, vi o José Magalhães dias à minha frente. Queria ter saído à frente dele. A percepção inicial é que a natação tinha sido fraquita. A T1 correu bem. Calmamente me instalei na minha bicicleta e esperei que viesses os bons ciclistas. Na expectativa de apanhar uma boa “boleia”. Nem tive tempo para pensar muito. De repente, passa um homem da equipa Tri-Oeste que nem uma seta. Era o Délio Ferreira. Afinal a minha natação não tinha sido assim tão fraca. Nunca tinha visto o Délio passar por mim no ciclismo. Arranquei e tentei manter o contacto. Mas aquele arranque inicial custou “montanhas”. Ia a doer muito ir na roda dele. Assim que apareceu a primeira dificuldade do percurso, morri. Deu para perceber que não era o meu dia de ciclismo. Não estava com capacidade. Ainda ia a recuperar do sucedido quando passa o Hugo ferreira igualmente que nem um louco. Lá fui no encalço dele. Novamente ia a custar muito mesmo. Ele na frente, eu a “agarrar” a roda dele como podia. Atrás de mim, um atleta do Alhandra encostado à minha. Ocorreu-me varias vezes deixa-lo ir. Ele ia de “mota” (rolávamos a mais de 40km/h) e eu estava a sentir enormes dificuldades em segui-lo. Mas sei que vou melhorando com o desenrolar da prova e que ele ia perdendo “gás”. Não era possível manter aquele ritmo infernal eternamente. Fui resistindo.

Ainda dentro de Alpiarça, alcançamos o Telmo Veloso. Entretanto, o Délio ia alcançado vários atletas na nossa frente e um grupo razoável formou-se. Ia-mos a 20-30s deste grupo. E assim fomos sempre até ao inicio da subida para Santarém. Sempre na esperança de os alcançar. O Hugo e o Telmo “puxavam” na frente. Especialmente o Hugo. Ainda me pediram ajuda. Mas não dava, não estava com capacidade. Chegada a subida, fiquei logo para trás. Nem forcei. Preferi fazer a subida num ritmo tranquilo e chegar à T2 com pernas (ou o que restava delas).

A corrida foi normal. Sofrida como sempre. Nem corri bem, nem corri mal. Nunca me senti muito preso, mas também não me consegui soltar. Ainda vi passar o Bruno Silva num ritmo muito bom. Mas não era eu que estava a correr muito mal. Era ele que ia muito bem.

No final, a sensação de dever cumprido. Mais uma prova no CV. A certeza que preciso de muitos km na bicicleta e que a natação não está onde queria. Tenho que tirar 20 a 30s.

Agora espera-me o X-Terra (http://www.xterraportugal.com/). Um experiencia diferente. Com muita natureza. Como gosto.


Bons treinos

3 comentários:

Anónimo disse...

Paulo, pela tua descrição, acabou por ser bastante positivo, apesar dos "senãos". Parabéns pelo entusiasmo. Olímpio

sica disse...

Tu já tens muitos anos da coisa para saber, que temos que lutar por uma roda até ao limite das nossas forças, mesmo quando a cabeça e as pernas dizem deixa o gajo ir-se embora, temos que pensar é só mais um bocadinho que ele já se cansa, o coração a bater que nem um louco mas no final chega a compensação.
Parabéns pela prova, encontramo-nos na Figueira.

Anónimo disse...

boa paulo, demonstra o lutador que há em ti. No fim podia ser sempre melhor....é esse o espírito que te leva a alinhar no próximo desafio.. Abraço, jorge