sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Triatlo do Estoril - Crónica do Bruno



Boas,

Mais um Campeonato Nacional de Triatlo no Estoril.
Desta vez, num formato diferente, uma vez que se tratava da etapa final de uma série de quatro provas onde contavam os três melhores resultados e onde a pontuação na prova do Estoril seria a dobrar.
Tenho vindo a treinar com maior regularidade e as sensações têm sido boas.
A água convidava a um mergulho e o mar tinha as condições ideais. Atrevo-me a dizer que, nesta altura do ano, na Europa só em Portugal poderia haver condições como as deste fim-de-semana para a prática de um triatlo. Nem de encomenda.
Como fiz mais treinos de natação nas últimas quatro semanas do que no resto do ano, foi com alguma naturalidade que fiz o meu melhor segmento de natação desta época. No fim da primeira volta, vi à minha frente um pequeno grupo de nadadores. Não estavam longe e esforcei-me bastante para os apanhar. Como nadavam muito juntos perdiam algum tempo na passagem pelas bóias e foi precisamente na última viragem antes da saída para a praia que consegui estabelecer contacto com eles. Nada mau, desde o ano passado que não saía com aquele pessoal. Soube-me bem.
Uma boa transição e lá vamos nós para a dureza…
Encaixei bem atrás de um pequeno grupo e a coisa estava a correr bem. Pelo menos as primeiras voltas foram tranquilas…
Num dos retornos observei que vinha atrás de nós um grupo bastante numeroso com excelentes ciclistas e que rapidamente nos iriam absorver. Preparei-me para esse momento mas ele aconteceu no pior sítio possível, que foi no início da rampa mais difícil do percurso, pouco antes de um dos retornos. Ora, eu encontrava-me junto ao passeio e atrás do grupo onde estava inserido, grupo esse que não reagiu de imediato. Fiquei “entalado” entre o passeio e ciclistas menos fortes, o que fez que, quando pude acelerar, já tivesse alguns metros de atraso para o grupo da frente. Como sabem, após o retorno há uma descida pronunciada, seguida de uma curva complicada que antecede uma longa subida, embora pouco pronunciada. O tempo que tinha perdido não foi possível recuperar e fui vendo o grupo distanciar-se lentamente. O destino da minha prova traçou-se aí. Estávamos a meio do segmento de ciclismo.
Fiquei sozinho com um atleta sub-23 do Alhandra com um nível de ciclismo semelhante ao meu, para mal dos meus pecados. Um atleta madeirense que tinha vindo connosco desde a transição, quebrou muito e arrastou-se até ao fim.
Ao ver o grupo afastar-se desabafei com o meu companheiro que não devíamos ter perdido aquele pelotão, ele respondeu-me que não podíamos tê-lo feito por este não vir na nossa volta. Ficou surpreendido quando lhe disse que apenas os atletas da frente vinham com uma volta a mais do que nós e que a maioria dos ciclistas que vinham naquele pelotão tinham saído atrás de nós da água e que estavam a aproveitar o trabalho de ciclistas mais fortes.
É que dá fazer poucas provas. Não se conhece o pessoal nem se sabe o nível de cada um.
Lá fizemos pela vida até à segunda transição, onde chegámos bastante desgastados. Como estão “carecas” de saber, o facto de não treinar ciclismo faz com que chegue à T2 muito desgastado e que, quando começo a correr, não consigo imprimir um ritmo minimamente semelhante ao que tenho em treino.
Desta vez para ajudar à festa ainda passei por dificuldades durante a primeira volta com uma “dor-de-burro” nada usual em mim. Mas lá passou e tentei correr o mais depressa que consegui até à meta.
Cheguei ao fim com a sensação de dever cumprido mas com a consciência que podia ter ido mais longe.
Seria um bom final de época. Mas ao menos sinto que voltei a estar a um nível mais razoável e que para o ano estarei bem melhor do que estive nesta época que agora acabou.
Fiquei contente com a prova que fiz se bem que não foi tão bem conseguida com o a que disputei em Setúbal, foi mais parecida com a de Aveiro, infelizmente. Mas este ano havia a condicionante de serem poucos atletas em prova, ou seja, não teria muita companhia durante os segmentos de ciclismo e de corrida. Foi mesmo pena ter perdido aquele grupo pois tinha corrida para disputar outra classificação do que o 60º lugar. Portanto, tendo em conta todos os factores foi muito positivo.
Ouvi muita gente dizer que agora ia descansar. Farto de descanso estou eu. Pouco fiz durante o ano, portanto agora é tempo de treinar e preparar as próximas provas. Já no próximo Domingo disputa-se a grande (em organização, nível competitivo e participação popular) Corrida do Tejo. E em seguida irei preparar-me o melhor possível para a Maratona de Lisboa, em Dezembro.
Por falar em Maratona, os meus parabéns ao Marco Fidalgo que ontem terminou a Maratona de Amesterdão em 3.05.03. Muito bem! Espero que estejas contente e que para o ano consigas melhorar esse registo. Boa recuperação.

Para o resto do pessoal um forte abraço e bons treinos
Bruno

1 comentário:

Anónimo disse...

Foi na mesma um bom final de época, Bruno. És um atleta com qualidade e muita motivação. Parabéns Amigo. Olímpio