sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Triatlo do Estoril - "Just a Perfect Day" - Crónica do Teles



Ultimo Triatlo do ano.

Já não competia desde a prova de Aveiro. E estive até à última semana sem saber se participaria. Não estava nos primeiros 80 do ranking e tive que pedir autorização para participar. A qual apenas chegou na semana na prova.
O treino andava algo sem foco. Especialmente a natação. Andava a nadar em média duas vezes por semana, mas sem grande estrutura e vontade de sofrer. A corrida tb andava pouco estruturada. Mantinha o volume normal de treino, mas sem planeamento. Tentei uma abordagem mais pragmática. Participar em provas de atletismo entre 10km a 15km. Mas apenas consegui fazer uma, pois a logística caseira, anda complicada. O ciclismo era o mais estruturado de todos. No entanto, por não andar a competir, não sabia onde estava. O descanso para a prova foi longe do ideal. O normal quando se tem uma família numerosa e um trabalho. Felizmente nas 3 noites que antecederam a provas, consegui dormir razoavelmente.·

O Domingo estava esplêndido para a prática desportiva. O Mar fantástico. Completamente flat, SOL e uma temperatura muito agradável. A partida foi dada à hora certa. 11h.

Dado estar "desconfiado" da minha natação, iniciei a prova com prudência. Assim que rondei a primeira bóia, procurei uns pés e assim fui durante mais de meia volta. Na entrada para a 2a volta, acelerei um pouco e passei os pés que estava a seguir. Via um grupo ligeiramente a minha frente, uns 20s. Tentei acelerar ainda mais um pouco, mas não conseguia encurtar a distância. Optei então por moderar o ritmo e ver se não perdia muito terreno. Ainda consegui ultrapassar um elemento desse grupo, mas apenas porque vinha em quebra. Assim que entrei na T1 percebi que as minhas normais referências estavam nesse grupo que tinha saído 30s à minha frente. O Bruno, o Jose Magalhães Dias e o Sica. Não era bom sinal, mas não era o fim do mundo. Sabia que viriam ciclistas fortes de trás.

Rapidamente me vi inserido num grupo de 4 elementos, onde o ritmo era baixo. Os grupos à nossa frente iam ganhando terreno ligeiramente. Mas reparei num elemento de vermelho que se vinha aproximando aos poucos. Era o Carlos Gomes. Agora era esperar e ver se conseguia ir com ele. No entanto, para minha surpresa, já no início da 3a volta, ele passou...mas inserido num grupo que nos estava a dobrar. O grupo do José Estrangeiro. Hesitei por breves momentos se iria responder, mas respondi. Talvez por uma questão de consciência (não e permitido ir na roda de grupos em voltas diferentes), numa fase inicial limitei-me a ir na sua roda. Tinha algumas dúvidas se conseguiria suportar o ritmo do grupo, mas percebi que sim. Até com relativa facilidade. Depois fomos absorvendo os pequenos grupos que seguiam na nossa frente. A entrada para a 8a volta, foi fácil perceber que o grupo dos "dobrados" já era superior ao dos atletas que entraram para a T2 nessa altura:) Desde a 6a volta que ia a sentir ameaças de cambreas e para as evitar, optei por fazer a T2 sem tirar os pés dos sapatos (é nessa altura que elas surgem). Isso fez-me perder algum tempo.

Não era relevante. Sabia que no meu estado de forma dificilmente ia conseguir correr depois daquele ritmo na bicicleta. E assim foi, uma corrida fraquita. O meu ritmo cardíaco andava entre as 155-160 bpm. Em condições "normais" deveria ir próximo das 165 bpm. As pernas pesavam e não conseguia imprimir um ritmo mais forte. A corrida até acabou por ser "pouco sofrida". Custou a gestão psicológica da 1a volta, mas depois foi tipo "piloto automático" ate final. No final, a enorme satisfação por ter terminado mais um Triatlo Olímpico, dentro de uma prestação algo surpreendente para o meu nível de forma actual.
Uma fantástica manha. No regresso a casa, já no carro, passou na radio o "Just a Perfect Day" do Lou Reed. Nem de propósito.

Paulo

1 comentário:

Anónimo disse...

Apesar das dúvidas sobre a preparação/treino até que foi uma boa prestação. Parabéns Paulo. Essa regra de não ser permitido ir na roda de grupos em voltas diferentes" deve ser difícil de controlar, sobretudo por atletas do pelotão e sobretudo quando não conhecem a qualidade dos oponentes. Olímpio